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Autismo: Preocupação Mundial – Prevalência

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Segundo a Associação Americana de Psiquiatria (APA, 2013), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido como um conjunto de anormalidades do comportamento, caracterizado por prejuízo da interação e da comunicação social, acompanhado por repertórios restritos e repetitivos de comportamentos, atividades e interesses. Este transtorno se manifesta nos três primeiros anos de vida e persiste na vida adulta (Paul Ashwood et al., 2004).

A grande variabilidade na manifestação dos prejuízos em habilidades sociais, comunicação e padrões de comportamento, tornou mais apropriado o uso do termo “espectro” em Transtornos do Espectro Autista (APA, 2013). Tal termo também foi adotado pelo novo CID-11, vigente no Brasil a partir de janeiro de 2022.

O autismo tem despertado grande interesse de estudiosos a partir das últimas décadas devido a sua causa ainda ser desconhecida, porém sabidamente com forte componente genético e fatores ambientais, e também devido a sua elevada prevalência, que varia em torno de 0,6-1% da população (Fombonne 2009; Kim, 2011; Willians,2005).

A partir de dados mais concretos realizados pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos é evidenciada uma curva crescente de prevalência do TEA nos EUA em crianças de 8 anos de idade: de 1 autista para cada 150 crianças em 2007, para 1 autista a cada 68 crianças no ano de 2014, para 1 autista para cada 59 no ano de 2018. Em 2020, a prevalência de autismo nos EUA teve um incremento de 10 %, sendo agora 1 autista para 54 crianças. Kogan et al. (2018), ainda, apresenta um novo dado em que a prevalência do TEA relatada pelos pais de crianças norte americanas  de 3-17 anos, usando a pesquisa NSCH (Pesquisa Nacional de Saúde Infantil), foi de 1 autista para cada 40 crianças, confirmando a grande ascendência de casos nos últimos anos.

Estudos científicos do mundo inteiro têm colaborado com o maior conhecimento dos níveis cognitivos associados aos Transtornos  Globais do Desenvolvimento e autismo, com a ampliação dos conceitos ao longo do tempo corroborados pelo novo DSM-V, com o maior conhecimento das condições médicas associadas ao TEA e com uma avaliação mais criteriosa dos profissionais que atuam diretamente com esses indivíduos. Sabemos que o olhar preventivo garante intervenções cada vez mais precoces, o que interfere diretamente no prognóstico quanto à funcionalidade da criança, adolescente e adulto com autismo.